sábado, 1 de maio de 2010

Hardcore Punk Vivendo de Passado?


Os olhos brilham quando se fala do passado, algumas pessoas ficam bravas com isso, porém é triste de se dizer, mas o passado foi bem mais legal hardcoremente falando. Não sei o que acontecia antes, se era mais dedicação ou a falta de informação dava mais animo pra molecada, não tem como fazer uma analogia com as bandas de hoje, acho que perdemos sempre ao comparar. Existem vários fatores que são claros, á intensidade e emoção são descaradas nas bandas, por mais que à técnica não seja de um músico profissional, toda essa junção era uma coisa bem marcante na maioria das bandas.

A diversidade de bandas que existia no Brasil nos anos 90 era maravilhosa, você podia peneirar todos os estados do país que encontrava coisa boa. São Paulo sempre foi o centro, pelo fato de ser maior e as coisas chegarem aqui com mais facilidade. Bandas como Newspeak, Another side, rethink, Self Conviction, Reajuste, Point Of No return, Family, Againe e etc. tinham com certeza algo mais, ai vem a minha eterna dúvida, por que as bandas de hoje em dia não tem mais essa intensidade? Existe um grande problema, a limitação musical dentro do hardcore, ninguém mais se interessa em adquirir o mínimo de conhecimento, seja técnico ou de bandas mesmo. Não adianta "passar cola" no pescoço e só consiguir olhar pra frente, o hardcore/punk tem muito a oferecer, basta você saber sugar tudo que ele tem de bom, sem colocar barreiras e preconceito, e não julgar as bandas pelas pessoas que gostam, se nós fossemos pensar assim, o que seria do Cro Mags, Agnostic Front, Crass e etc., bandas ótimas com um publico bem chato, colocar na balança os pontos positivos e os negativos, ver se compensa levar em consideração ou não, mas sempre conhecer, esse é o foco.

Quando se lê o encarte do disco do Self Conviction - A War To Show That Peace Heans Justice For Everyone, já se tem uma base de onde eles tiraram toda intensidade, pode não ser a coisa mais linda do mundo, porém você percebe que não é uma coisa limitada, cada música tem como referência, que vai de Heresy a Chokehold e de Youth of Today a Dead Kennedys sejam elas referências musicais ou ideológicas, que na maioria das vezes são as duas coisas agregadas. Esse é o ponto que as pessoas que estão envolvidas com o hardcore hoje pecam, acabam se limitando em um estilo só, vivendo nesse mundo de 8 ou 80. Não adianta negar, tem que haver boas ideias? sim tem que haver, produzir e tudo mais, porém o nosso alto falante com a sociedade, e com as pessoas que estão envolvidas no mesmo circuito que nós, é a música, e de música ruim ninguém gosta, a mensagem acaba ficando cada vez mais baixa até que ela some. Já dizia o No Violence, "Em todas as frentes temos que lutar, há um novo dia por vir, transcender nossos limites...”.


Na foto: I Shot Cyrus.
Foto por: Mateus Mondini

3 comentários:

  1. Quem diria que aquele baixinho, manhoso, chorão, abraçaria uma causa, tomasse um rumo e escrevesse tão bem.

    Apesar de infelizmente não conhecer esse novo cara, tenho orgulho de ver o que pra mim foi quase um irmãozinho, tão "grande". Como pessoa, como homem!!!

    Você escreve muito bem, está de parabéns!!!

    Abraços do velho e gordo amigo!

    Gui

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  2. Muito bacana seu post Xaverinho, vou acompanhar seu blog cara!

    Abraço

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  3. Ficou faltando muita banda boa dos anos 90, não só de sxe vive o hardcore, a “cena” paulistana foi perdendo sua força com o tempo e com a vaidade, e muitos desdes sempre frisavam que isso seria só mais uma “fase” que passou pela música pesada!
    Bons moshs por aí nos vemos no Terror!

    Provos Brasil

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