domingo, 21 de novembro de 2010

Sem cura pra neurose.


Curtindo a neurose do dia a dia, no metrô, no trabalho, na faculdade. Obrigado a conviver com ela em todos os lugares, para os mals paridos, que estão marcados no cotidiano da cidade. Nessas horas a gente pensa se está no caminho certo ou errado, na maioria das vezes estamos na procura do caminho certo.
Pensamentos de contracultura, ter que se moldar, pensar no que é certo e errado, não se corromper. É, bem vindo ao mundo real. Tudo que fizemos com certeza nunca será em vão, existe uma certa confusão na nossa cabeça, que não deixa ela funcionar direito. O mais triste é saber que as pessoas vêm se tornando cada vez pior. Tentar ser o que eu nunca quis, pra agradar quem eu não conheço, se tornou prática comum, conviver com isso se tornou tortura pra alguns, mas algo normal pra outros.
As vezes os jovens parecem estar cegos, penso comigo, será que vivo no mesmo país que eles? Solidariedade descartável, esquecida ao atravessar a calçada. O símbolo social se torna troféu na mão do charlatão. Fazer parte disso? Sim, fazemos parte, mas tentar fugir todos os dias é a única opção, agarrando o que tem de positivo no que existe de mais podre.

Confusão mental na madrugada, será que o sono vem? Amanhã o metrô sai da zona leste, e refletindo bem, as vezes posso estar errado.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Contra contracultura?


Combater aquilo com que você não pode conviver. As vezes pode fazer total sentido, porém as vezes pode ser algo meio burro. Contra contracultura, acho que esse seria o nome correto para alguns "novos" donos da verdade. Acho muito plausível e de muita atitude boicotar algo sem o mínimo fundamento, ser contraditório é uma característica fundamental dessa juventude, acho que eu sou também. Hoje vejo que as pessoas adoram comprar ideias, levando a ideologia para o seu limite extremo, transformando em preconceito o que seria libertário.
Pode ser uma emoção passageira, mas quando se tem mais de 20 anos, deixa de passar despercebido diante de nossos olhos. Jogando no lixo o esforço alheio, tentando mostrar para si próprio o quanto é contestador, tirando sarro daqueles que mal sabem da sua existência. Não tem como ficar enfurecido com isso agora, as vezes é melhor achar engraçado.
Existem várias formas de mostrar para as pessoas tudo que você não concorda, a melhor parte é poder fazer isso sem uma agressão, com respeito, fanzines, blogs, shows e etc. Nossos pais, avós sempre falam que podemos aprender com os erros, eu sempre acreditei nisso, os erros foram feitos para aprender. Muitas dessas pessoas, que deixam a emoção tomar conta de suas ações, irão aprender e lá na frente, vão pensar duas vezes ao jogar o esforço alheio no lixo.


Não arranque cartazes na rua.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Não é simples se relacionar



Não consigo encontrar o erro, mas sei que existe algo errado. Tudo que vejo ultimamente tem me tirado do sério, tento não compartilhar isso com ninguém, mas preciso descarregar a fúria em alguns momentos. Olhando pra frente eu enxergo todo o egocentrismo forçado, o desdém e todas as coisas das quais eu não quero ter contato algum, frustrado em ter que me relacionar com aquilo, me deixa louco ouvir as vozes que me ensurdecem. Correndo todos os dias, tentando fortalecer algo que se firmará hoje, mas se quebrará amanhã.

As vezes um tempo sozinho pode curar esse sentimento. O julgamento pode ser vazio, as vezes eu sou errado nessa história, posso estar indo pelo caminho contrário e eles no caminho certo. Meu conteúdo as vezes se torna insignificante, valorizando a simplicidade em meio a tanta ostentação, um simples gesto de simpatia só é válido quando se está sozinho. Usando a humildade para escapar da solidão, quando a mesma não os atormenta, ela se torna apenas uma palavra.

Vejo a felicidade bem longe desse lugar, onde minha voz pode ser ouvida, meu passo na contra mão é respeitado, risos são dados de alegria e as piadas são feitas na cara. Medo de me contaminar? Não tenho, o limite estourou, absorvo muito pouco, as vezes nada, acabo tornando invisível para os meus olhos aqueles que poderiam estar ao meu lado.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Marcatti e o Underground Paulista dos Quadrinhos



Francisco A. Marcatti Jr. nasceu no bairro do Tatuapé São Paulo, SP, em 16 de Junho de 1962. Que é situado na zona leste da cidade, nunca morou em outro lugar. É o caçula de três irmãos. Marcatti é um quadrinhista do underground paulistano, que é famoso pelo seu estilo “escroto” como ele mesmo diz, seu interesse pela arte começou antes de aprender a ler e escrever. Sempre estimulado pela família, principalmente por sua mãe, que já aos 6 anos de idade lhe comprava materiais para pintar muitas coisas, já com essa idade criava muitas coisas.

Ainda muito novo sempre foi muito ligado a histórias em quadrinhos, tinha um carinho enorme pela leitura, mas o que lhe fascinava desde jovem eram essas histórias, sua mãe sempre apoiando, adorava lhe presentear com gibis da época. Desde cedo sábia o que queria, não parava de desenhar, desenhos que tem guardado até hoje, 40 anos depois. Seu foco com a carreira de quadrinhista começou um pouco mais “tarde”, aos 13 anos.

Na época de colégio, fez amizade com um garoto chamado Marcelo, que também tinha o mesmo interesse, adorava quadrinhos. Através dessa amizade ele pode conhecer o quadrinho estrangeiro, pois só tinha acesso a pouca coisa na época, seu contato era apenas com o que tinha em banca, como nunca foi um grande fã de Super Heróis, nunca lhe despertou interesse em Marvel, coisas que eram comuns de se encontrar em bancas.

No jornal havia pouquíssimas coisas, na época vivíamos uma ditadura militar e a Zona Leste era um lugar muito isolado culturalmente, então o que tinha de acesso a esse tipo de material aqui, era muito pouco. Quando começou a andar com o Marcelo, pode ver o quão grande era esse circuito, pois ele já tinha uma boa informação sobre o assunto, outras fontes, trazendo para cá até quadrinhos Europeus e etc. Então esse assunto acabou se tornando uma rotina pra ele, deixando ele por dentro de todas as novidades do mundo HQ.

Essa nova amizade acendeu o fósforo para colocar mais fogo na paixão de desenhar. Todos os dias um fazia uma visita para o outro, passavam o dia todo desenhando, experimentando coisas novas, criando, vendo desenhos de outros quadrinhistas, testando novos materiais e etc. Com o Marcelo, Marcatti pode ter contato com o underground americano, que eram quadrinhos de contestação, depois disso começou a desenhar mais em função do underground, não tentando criar uma estética promocional ou de cultura de massa.

Sua natureza sempre foi muito ligada ao humor, uma coisa mais “tosca” e grosseira, por isso ele diz sempre ter se focado mais no underground. Nunca estudou para fazer seus trabalhos, sua competência sempre foi movida somente pela força de vontade, e o prazer de desenhar.

Em meados de 1975 ouve uma abertura política, na época já havia o Pasquim que era algo leve, porém dinâmico, pois a ditadura não estava no fim, mas o que ele adorava nesses jornais eram as entrevistas com quadrinhistas, o que lhe chamava muita atenção é que sempre focavam que o “O quadrinhista é autodidata”, para ele isso era ótimo, pois se via assim também, era estimulante saber que eles aprendiam a desenhar sozinhos e não precisavam de uma formação acadêmica para seguirem carreira. Marcatti sempre ligado ao traço do humor, uma coisa mais leve, sempre buscou em se desenvolver sozinho. Na época a questão de não ter que estudar era vista por ele, como algo positivo.

Aos 15 anos teve suas duas primeiras HQs publicadas. Foi na revista Papagaio, produzida por alunos do Colégio Equipe (onde Marcatti jamais estudou). Editada por Paulo Monteiro, Antonio Malta e Rodrigo Bezerra, a revista contava ainda com a colaboração de Nando Reis, Marcelo Fromer entre outros, porém não teve uma grande repercussão.

Como o quadrinho não era sua fonte de renda, tinha que buscar outros meios, focando somente o lado financeiro, que era fator de ter que buscar trabalhos alternativos, porém nunca teve empregos fixos que duraram anos, apenas coisas pequenas que o ajudaram a se manter durante um curto período, como, auxiliar de escritório, ajudante de cozinha em uma pizzaria, também trabalhou em uma papelaria atacadista, que pode ser comparada com o que a Kalunga é hoje.

Quando trabalhou na papelaria foi o lugar que mais se sentia em casa, além do chefe ser amigo da família, ele já sábia o gosto que ele tinha pelo desenho. Então sempre que possível lhe cedia folhas novas de todos os tipos e materiais para desenho, isso lhe deu oportunidade de “experimentar” e ver quais eram os materiais que ele mais se familiarizava, foi algo que impulsionou a ter mais vontade de seguir em frente.
Marcatti jamais se imaginou fazendo outras coisas, porém sempre teve que “trabalhar nas horas vagas” como ele mesmo diz, pois o quadrinho nunca lhe sustentou.

Em 1978 entrou no Senai e foi fazer escola de Artes Gráficas, lá aprendeu processo de impressão e uma porção de coisas ligadas ao assunto, isso interessou muito a ele, por que quadrinhos têm que ser impressos, então todo aquele aprendizado começou a lhe estimular, foi onde aprendeu muito sobre a produção gráfica, diagramação e tudo que envolve a produção de um material impresso, aos poucos foi se envolvendo nessa área e começou a trabalhar com diagramação de jornais, revistas de pequenas tiragens. Não trabalhou na grande imprensa, seus trabalhos eram mais com jornais de bairro, mas era algo apenas que lhe rendia um retorno financeiro, mas nunca foi seu foco como profissional.

Como teve o início de sua carreira bem no auge da ditadura militar, o que mais prejudicava era o medo, ninguém mais sofria com medo de bandidos, “nós temíamos a polícia”, várias vezes foi abordado pela polícia. Como ainda era jovem, não sofreu repressão nenhuma pelo seu trabalho, pois ainda não tinha repercussão nenhuma, mas os quadrinhos não eram uma coisa tão contundente politicamente.

No tempo no Senai por ter tido contato com os sistemas de impressão, isso começou a lhe estimular, por que não era fácil produzir uma revista, era muito caro, então começou a ver a possibilidade de ter sua própria “grafiquinha” em casa, na época não havia nem completado 18 anos de idade. Quando completou 18 anos recebeu uma herança, dinheiro que chegou em boa hora, com isso ele consegue comprar uma impressora F7 de mesa, simples, a partir disso pode ter sua própria gráfica em casa, humilde mas que conseguia produzir as suas revistas, nascia a Editora PRO-C, que produziu todos os seus quadrinhos.

Uma das coisas que Marcatti só foi mudar anos depois, foi que, nunca teve um personagem fixo, sempre fazia histórias de aventura única, não era algo que tinha continuidade. O forte de suas histórias era a contestação social, o fato como todo. No período em que comprou a maquina e já estava com sua mini gráfica funcionando, ai sim começou a produzir muita coisa, se viu na situação de ter que começar a vendê-las.

No período de 80 até 85 ele produzia tudo independente e fazia uma jornada, então pode se dizer que nesse curto espaço pode “viver” de quadrinhos. Sua jornada começava bem cedo, como sempre teve enorme apoio de sua esposa, então de manhã cuidava dos filhos, fazia almoço e lavava roupa, quando sua esposa chegava do seu trabalho, ai sim começava a produção, desenhava na parte da tarde e a noite saia pra vender as revistas, todos os dias. Costumava fazer suas vendas na região do Bixiga, havia muitos bares e era um grande encontro de atividade cultural na época, tinham muitos cines clubs, cinemas alternativos e etc. Fazia isso sempre sozinho, abordando as pessoas e vendendo o material de mão em mão. Nunca foi algo que trouxe lucro, porém conseguia vender cerca de 1000 exemplares em dois meses, já era alguma coisa, uma verba muito útil para sua família.



O mais gratificante dessa rotina era que, como sempre teve um amor pela arte, era algo muito prazeroso para ele. Um escritor não vê o rosto das pessoas que leem seus livros, como a maioria dos quadrinhista, fica em casa desenhando, porém ele não tem contato com o seu público, seu livro é publicado, pode ser sucesso ou não, mas não tem contato direto com nenhuma pessoa. Para ele o mais gratificante de poder divulgar seu próprio material, era poder entrar em contato com as pessoas que consumiam seu trabalho, pegavam direto de suas mãos, pode fazer muitas amizades e criar alguns fregueses que lhe cobravam novos materiais. Mais tarde foi conhecer pessoas que compravam seus gibis, na época com grande frequência, um deles é o Fernando Gonzáles, que faz o Níquel Náusea na Folha de São Paulo, que dizia: “antes eu ia ao Bixiga de vez enquando, quando vi que o Marcatti estava vendendo os gibis dele, eu ia com mais frequência pra ver se tinha coisas novas”, como se ele fosse uma banca de jornal ambulante.

Mesmo produzindo muito, tendo a liberdade que só o underground oferecia aos jovens, ainda viviam uma enorme tensão por causa da ditadura militar. Marcatti era sempre abordado pela polícia, uma vez se safou de um espancamento coletivo dentro de um ônibus, estava seguindo em direção ao centro, quando passaram ao lado de uma manifestação de estudantes, alguns estudantes correram para dentro do coletivo, mas não adiantou nada, os militares espancaram os jovens de forma bruta, Marcatti como era mais jovem foi abraçado por uma senhora de idade que disse que ele era seu filhoe estavam indo a igreja. Trabalhar com arte naquela época era algo complicado, principalmente quando não era algo feito para grande massa.

Marcatti sempre teve um enorme apoio de sua esposa, que o motivou a continuar com seu trabalho, ajudando ele em todas as ocasiões e estando presente em todas as suas conquistas, com esse apoio, ele não precisou diminuir a quantidade de quadrinhos que produzia por conta do casamento. É casado com Fátima Pires (Tata) há quase 25 anos, ela nunca teve muito interesse em ler suas histórias depois de pronta, pois participa com ele em todo o processo de criação, roteiro, as mudanças, discutem para deixar da melhor forma possível.

Ao longo dos anos teve várias conquistas, passa a ser nacionalmente conhecido quando faz a capa do disco Brasil, do grupo Ratos de Porão (Eldorado, 1989), quando a banda estava com uma grande visibilidade.




Apesar do quadrinho ser algo sempre presente em sua vida, ao passar dos anos foi tendo algumas ocupações que lhe davam muito prazer, e até um retorno. Bira aquele seu amigo uma vez lhe disse, para você desenhar algo, você necessita saber como aquilo é feito, e Marcatti sempre teve esse vício de querer saber como funcionam as coisas, esse estímulo faz com que ele se interesse por outras coisas. Desde jovem sempre gostou de tocar guitarra, então ele pegava sua guitarra e desmontava ela toda, anos depois também começou a construir instrumentos músicais, focados mais em instrumentos de corda, sempre nas horas vagas, e claro, nada convencional.

Tudo que faz nunca é focado a ter um retorno, porém sempre acaba pingando um pouco aqui e um pouco ali, como ele mesmo diz, além das guitarras, hoje está com um trabalho novo de restauração de carros antigos, isso nas horas vagas, pois continua sendo um quadrinhista. Na imagem abaixo, um pouco do trabalho dele com restauração de carros antigos.




Em 2001, criou e desenvolveu o personagem FRAUZIO para uma revista mensal, seu primeiro persoagem ao decorrer de toda sua carreira, a revista foi lançada pela Editora ESCALA, com tiragem de 30.000 exemplares e distribuída em bancas de jornal de todo Brasil. Em 2003, publica 4 edições da revista Desventuras de FRAUZIO pela Editora PRO-C.




Com seu traço marcante e conteúdo fortemente voltado ao escatológico, Marcatti é considerado o mais importante autor de quadrinhos underground no Brasil. Sempre muito respeitado pelas pessoas que estão por dentro desse circuito. Hoje ele continua escrevendo roteiros, desenhando muito, mas continua trabalhando nas horas vagas, com a produção de peças para os automóveis e criando ótimos instrumentos musicais. " O alternativo no Brasil sempre foi desprestigiado, mas temos espaço para todos".

Uma foto tirada na casa de Marcatti, e alguns de seus diversos trabalhos, uma guitarra com corpo de esqueleto com o desenho feito de forma artesanal, que está em andamento ainda, mas com essa imagem já se percebe o auto grau de qualidade.



Para mais Informações: http://www.marcatti.com.br


Críticas e sugestões são sempre bem vindas!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Evento visto por trás da Cortina


Por trás de toda festa ou evento existem profissionais que executam todo o trabalho duro. Organizar um evento não é uma coisa tão simples como muitos pensam, há uma responsabilidade imensa nesse trabalho. Planejamento antes de qualquer coisa, responsabilidade com horários e uma disposição digna de um “Iron Man”. Conversei com Charles Dias, 25 anos e está a três anos nesse mercado de shows internacionais.

A rotina de Charles na época de evento é longe do que se possa chamar de rotina, horários incertos, ser "babá" de artistas, conter fãs enlouquecidos, guia turístico, além de ter que cuidar da parte técnica do show: montagem de palco, passagem de som das bandas, em tempo para que tudo ocorra no horário previsto.

”O trabalho começa quando a banda chega ao país, tendo que buscá-los no aeroporto, hotel, restaurante, mas em alguns casos devido a atrasos de voos essa rotina é quebrada, tendo que ir direto para o local do show, ai que me desdobro, pois tenho que seguir um horário rígido para que o show aconteça, e fazer que a banda e mais ainda o público saiam satisfeito do show”
.

Imprevistos podem acontecer, mas as vezes Charles conta com a sorte. Na tour de 2009 das bandas Madball e Agnostic Front, na volta do último show da turnê Sul Americana as fortes chuvas que caíram no período bloquearam a estrada, e fizeram com que bandas e equipes ficassem presos na rodovia que dá acesso a São Paulo, fazendo com que eles quase perdessem o voo para casa.

Atender aos caprichos dos artistas é algo muito presente em sua rotina, como ocorrido em 2007, em que percorreu praticamente toda Rua Augusta em uma tarde chuvosa de domingo, a procura de um chá quente para um integrante da banda que estava em turnê na época, pouco antes do show começar.

Porém nem tudo nesse trabalho é correria e cansaço. Existe uma compensação além da financeira, como conhecer artistas que admira ”Tive oportunidade de conhecer pessoas que sou fã, que muitas vezes a minha admiração por elas só aumentou, por serem simples e passarem a sua verdades em seus respectivos trabalhos”

sábado, 1 de maio de 2010

Hardcore Punk Vivendo de Passado?


Os olhos brilham quando se fala do passado, algumas pessoas ficam bravas com isso, porém é triste de se dizer, mas o passado foi bem mais legal hardcoremente falando. Não sei o que acontecia antes, se era mais dedicação ou a falta de informação dava mais animo pra molecada, não tem como fazer uma analogia com as bandas de hoje, acho que perdemos sempre ao comparar. Existem vários fatores que são claros, á intensidade e emoção são descaradas nas bandas, por mais que à técnica não seja de um músico profissional, toda essa junção era uma coisa bem marcante na maioria das bandas.

A diversidade de bandas que existia no Brasil nos anos 90 era maravilhosa, você podia peneirar todos os estados do país que encontrava coisa boa. São Paulo sempre foi o centro, pelo fato de ser maior e as coisas chegarem aqui com mais facilidade. Bandas como Newspeak, Another side, rethink, Self Conviction, Reajuste, Point Of No return, Family, Againe e etc. tinham com certeza algo mais, ai vem a minha eterna dúvida, por que as bandas de hoje em dia não tem mais essa intensidade? Existe um grande problema, a limitação musical dentro do hardcore, ninguém mais se interessa em adquirir o mínimo de conhecimento, seja técnico ou de bandas mesmo. Não adianta "passar cola" no pescoço e só consiguir olhar pra frente, o hardcore/punk tem muito a oferecer, basta você saber sugar tudo que ele tem de bom, sem colocar barreiras e preconceito, e não julgar as bandas pelas pessoas que gostam, se nós fossemos pensar assim, o que seria do Cro Mags, Agnostic Front, Crass e etc., bandas ótimas com um publico bem chato, colocar na balança os pontos positivos e os negativos, ver se compensa levar em consideração ou não, mas sempre conhecer, esse é o foco.

Quando se lê o encarte do disco do Self Conviction - A War To Show That Peace Heans Justice For Everyone, já se tem uma base de onde eles tiraram toda intensidade, pode não ser a coisa mais linda do mundo, porém você percebe que não é uma coisa limitada, cada música tem como referência, que vai de Heresy a Chokehold e de Youth of Today a Dead Kennedys sejam elas referências musicais ou ideológicas, que na maioria das vezes são as duas coisas agregadas. Esse é o ponto que as pessoas que estão envolvidas com o hardcore hoje pecam, acabam se limitando em um estilo só, vivendo nesse mundo de 8 ou 80. Não adianta negar, tem que haver boas ideias? sim tem que haver, produzir e tudo mais, porém o nosso alto falante com a sociedade, e com as pessoas que estão envolvidas no mesmo circuito que nós, é a música, e de música ruim ninguém gosta, a mensagem acaba ficando cada vez mais baixa até que ela some. Já dizia o No Violence, "Em todas as frentes temos que lutar, há um novo dia por vir, transcender nossos limites...”.


Na foto: I Shot Cyrus.
Foto por: Mateus Mondini

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Contradições, por que as coisas são assim?



Seres humanos, ta ai uma coisa difícil de entender. As pessoas tendem acreditar nesse papo "Uma imagem vale mais que mil palavras" pra mim isso é piada, as imagens são vistas pelo avesso, é só depois de muito tempo a gente acaba descobrindo a real cor da embalagem. Não vamos generalizar claro, tudo bem não são todas, mas é bom ficar ligado, o Mano Brown é um cara sábio pra falar sobre esses assuntos.

A nossa vida toda lamentar-se sempre foi uma coisa normal, queria colocar na minha cabeça por que o ser humano tende a querer "odiar" quem gosta, é a situação mais normal em final de relacionamento é ver as pedras voando de um lado paro o outro, quem já passou por isso, sabe do que eu estou falando. Julgando as ações alheias as pessoas sempre ignoram um lado da moeda, e acabam apostando no lado errado, claro que a convivência acaba influindo na maioria desses casos. Pode se dizer que existem várias provas de amizade, mas desejar a felicidade ao próximo independente da situação, acho que é a mais digna, mas é claro que essa é a ação mais rara de se ver.

Acho muito engraçado as pessoas que acreditam ser muito adultas e responsáveis, dizem agir com extrema sensatez e seriedade, e no fim das contas o cara não sabe tomar nem uma decisão sozinho, precisa ser martelado por outra pessoa sempre. As pessoas jamais vão admitir esse tipo de fraqueza, porque são maduras não é mesmo? Responsáveis, donas do próprio nariz, gente que encara a realidade de frente, tomam as dolorosas chicotadas do sistema dia pós dia, tendo que se submeter a os sacrifícios diários como estudar, ler o facebook, orkut, gmail e por ai vai, não estou menosprezando essas pessoas, jamais, mas eu gostaria de saber onde é que está a maturidade delas, realmente, e queria entender por que o ser humano é tão contraditório, acho que essa é uma pergunta que jamais será respondida.


Em breve vou postar um texto bem legal que estou escrevendo, acho que até sábado eu termino ele.